BUGIGANGA nasce do cruzamento entre as linguagens do teatro físico com as artes de rua e o novo circo.  

O espetáculo desenvolve-se em torno de um objeto cénico principal, uma cenografia ambulante, onde as duas personagens centrais carregam quinquilharias e objetos que vão recolhendo pelo caminho, com os quais criam pontes entre os lugares e as pessoas que visitam. 

UMA CENOGRAFIA DE BUGIGANGAS

Um dos elementos criadores centrais de BUGIGANGA é sem dúvida a sua cenografia. Um cenário sobre rodas que oferece múltiplas possibilidades de jogo, nomeadamente a criação de “acidentes” cómicos (uma parede que cai, uma porta que se desmonta….), por um lado potencializando a dimensão cómica da obra, por outro aportando simbolismo aos elementos expressivos na dramaturgia que nos falam sobre a fragilidade da condição humana.

Este cenário foi construído em cima de uma estrutura cujo modelo é o comumente utilizado por vendedores de rua ambulantes e feirantes, criando um elemento importante de ligação com a cultura popular. A este objeto central foram acoplados vários elementos cenográficos dos quais se retiram o máximo de possibilidades dramáticas. Os mesmos foram elaborados durante o processo de criação com o cenógrafo Hugo Ribeiro (companhia Boca de Cão)  e estudados cuidadosamente para que estes elementos permitam servir a peça da melhor forma.

BUGIGANGA na sua fase de inicial de criação contemplou a realização de algumas iniciativas junto de comunidades, residentes em bairros sociais em Torres Vedras, no sentido de desenvolver uma abordagem de envolvimento das mesmas na criação dramatúrgica do espetáculo.

BUGIGANGA nasce da vontade de resgatar narrativas e elementos de culturas minoritárias em Portugal,nomeadamente no concelho de Torres Vedras.

Esta abordagem é liderada pela artista portuguesa de etnia cigana Maria Gil Maia e teve como base a realização de conversas e pequenos workshops, onde se pretende recolher materiais em torno do conceito de “mulheres invisíveis” iminente em BUGIGANGA, aqui associado às mulheres de comunidades nómadas. Estas ações estão a ser desenvolvidas em parceria com o projeto Somos Comunidade e Câmara Municipal de Torres Vedras.

O projeto contempla a realização de várias residências de criação para o desenvolvimento do espetáculo. A primeira residência centrou-se sobre a arte da bufonaria, orientada pela canadense Doloreze Leonard onde as intérpretes desenvolveram a criação de base das personagens da obra.
Numa segunda fase foi realizado o trabalho de escrita dramatúrgica em colaboração com o diretor Ricardo Puccetti do Lume teatro a partir de improvisações e propostas de jogo lançadas pelo encenador.
Na sua terceira fase o processo decorre sob a orientação de Gonzalo Villarreal Porzio no âmbito da técnica do teatro físico e da máscara. Posteriormente o trabalho conta com a participação de Elise Ouvrier Buffet no sentido de aprimorar o trabalho de escrita do movimento das intérpretes.
A última etapa do trabalho será a de apresentação direta com o público, na qual verdadeiramente se finaliza a escrita do mesmo.

Espetáculo m/3

Duração 50 minutos